Diário de Maio Luz

Texto: Maio Luz
Ilustrações: José Lessa
Nº páginas: 150

Maio desde cedo que usa a escrita como forma de registo dos seus diálogos internos. Com a idade de doze anos começou a rascunhar os seus pensamentos. À noite, sozinha no seu quarto, escrevia os seus dilemas de adolescente humanitária. Esse exercício quase diário partia da sua constatação da metamorfose por que passam os seres humanos até atingirem a idade adulta. Sem que compreenda a razão ela apercebe-se que durante esse processo sucede uma amnésia, que provoca a perda da sabedoria que possuía anteriormente (na infância e adolescência). Numa tentativa de se fazer acompanhar em crescida dessa sapiência e sensibilidade, Maio nunca deixa de pincelar folhas em branco registando o que lhe vai dentro, muito em consequência do que lhe provoca o que vem de fora. Acredita que assentando essas sensações e reflexões, os fundirá na sua mente. E mesmo que mais tarde se esqueça, poderá sempre regressar a esse ponto, relendo o que redigiu.
Selecionaram-se apenas extratos que salientam as coordenadas que vai tomando na orientação dos caminhos da sua vocação. Os registos mais volumosos são o da sua segunda missão em Timor. Na primeira experiência nesse país assume perentoriamente a sua profissão como humanitária. Na segunda intensifica os seus passos.
Aqui encontrarão fragmentos de pensamentos que foi rabiscando. Pelo registo da sua escrita podem acompanhar as suas viagens a diferentes lugares do mundo. Mais do que isso, os relatos revelam as suas viagens interiores.